sábado, 11 de fevereiro de 2017

Novo jogo mau, nova vitória


Estoril, Sporting e Vitória de Guimarães. Três exibições sofríveis, para não dizer más, mas que acabaram com vitórias em tons de azul e branco. O FC Porto continua a perseguição a um Benfica que de futebol brilhante também tem muito pouco.

Para a deslocação a Guimarães, Nuno Espírito Santo (NES) deixou Rui Pedro a jogar pela equipa B e chamou Otávio. Mas as verdadeiras surpresas foram reservadas para o onze titular: Herrera em vez de Corona e André André em vez de Óliver. Dispensando o exaustivo enumerar de jogadas ocorridas durante os 90 minutos - até porque estão disponíveis online - prefiro avançar directamente a algumas notas:

NES parece estar a basear a equipa titular não no adversário que vai defrontar, mas sim nas dificuldades sentidas no jogo anterior. Contra o Estoril faltou largura e gente no ataque portista, frente ao Sporting o treinador dos Dragões juntou-se ao movimento #yolo e alinhou em 4-4-2, com dois extremos e dois avançados. Nesse jogo, principalmente na segunda parte, houve dificuldade em controlar o meio-campo e, por coincidência ou não, André André e Herrera apareceram hoje na equipa titular. Se a minha teoria se comprovar, em breve teremos um FC Porto de regresso ao 4-3-3, deixando para trás o actual sistema preferido.

O 4-3-3 foi fundamental nos dois últimos jogos. Foi a esse modelo táctico que NES recorreu nos dois últimos jogos para corrigir problemas que, em parte, foram criados por ele próprio. A única coisa que me preocupa é a mentalidade que o técnico portista tem mostrado: na hora do aperto, a preocupação é sempre em tapar "buracos" e não em tirar bola e iniciativa atacante ao adversário. Ultimamente te corrido bem, mas, se o caminho fosse esse, as ditas equipas pequenas venciam mais vezes.

André Silva tem sentido muitas dificuldades em entrar no jogo nos últimos tempo, mais concretamente nas duas últimas partidas. Se NES estiver sequer a ponderar jogar com apenas um ponta-de-lança, Soares é neste momento a escolha óbvia para a titularidade.

Em destaque continua o trio do costume. Danilo, Felipe e Marcano formam um muro capaz de envergonhar o idealizado por Trump. Se a isto juntarmos um Alex Telles cada vez mais importante na equipa, facilmente se percebe qual a razão para o FC Porto ser a equipa menos batida do campeonato.

Segue-se agora o Tondela, adversário que roubou dois pontos aos Dragões na primeira volta. É importante que, desta vez, a equipa do FC Porto entre em jogo empenhada e sem dúvidas quanto ao valor do adversário. Neste campo o treinador tem uma palavra a dizer, ou não tivesse sido ele o primeiro a menosprezar o Tondela ao trocar vários elementos da equipa titular nesse tal jogo realizado ainda cedo no campeonato.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Alex Telles, o bom guerreiro


Quando se olha para a época 2015/2016 do FC Porto, é impossível não ver que Layún foi um jogador essencial para a equipa. Esse facto, aliado às palavras de Pinto da Costa que davam Rafa Soares como certo na pré-época, levaram-me a pensar que a posição de lateral-esquerdo estava fechada. Dito isto, foi com algum espanto que vi Alex Telles chegar ao clube.

Do actual camisola 13 dos Dragões conhecia muito pouco; era muito bom no Football Manager e foi do Brasil para a Turquia, estando emprestado ao Inter antes de rumar à Invicta. Talvez por causa dessa transferência para o futebol turco, sempre imaginei o talentoso esquerdino como sendo um bad boy. Por isso mesmo, não fiquei muito espantado que o Galatasaray o tivesse cedido por "apenas" seis milhões e meio de euros.

Sensivelmente meio ano depois de o Brasileiro ter chegado ao Porto a minha opinião não podia ser mais diferente. É um óptimo lateral - forte fisicamente, rápido, controla bem o espaço e apoia bem o ataque - como já desconfiava, mas demonstra também ser um bom colega de equipa e de balneário a cada dia que passa.

O FC Porto precisa de mais jogadores com a raça, a personalidade e a ambição de Alex Telles. O próprio diz que quer deixar um legado no clube, eu acrescentaria uma coisa: se tiver cá tempo suficiente para isso, será um prazer vê-lo com a braçadeira de capitão e a dar o exemplo aos mais novos no grupo de trabalho.