terça-feira, 29 de novembro de 2016

Um jogo diferente mas com o mesmo desfecho


Uma noite diferente na Invicta, mas com o resultado do costume: empate a zero. A primeira jornada da fase de grupos da Taça da Liga ficou marcada, entre outras coisas, pela redescoberta do caminho para o Estádio do Dragão por parte da RTP. Enquanto uns ficam com a Liga dos Campeões nós temos que nos contentar com esta competição que merece tanto respeito dos portistas que o FC Porto, uma vez mais, decidiu não vender bilhetes para todas as bancadas e esperava ter cinco mil espectadores.

Nuno pediu o apoio da massa associativa e, mesmo tendo o clube tudo feito para espantar o público - 21h15 de uma Terça-Feira, a sério? - lá apareceram 15 mil corajosos, mais do triplo esperado. Quem fez um esforço para ver este jogo cedo percebeu que ia ser uma noite diferente, mais não fosse pelas muitíssimas alterações na equipa. Mas nem só. O árbitro Nuno Almeida, que nenhuma culpa tem no golo mal anulado aos Dragões, fez uma arbitragem sem pressão e sem aquele sentimento de necessidade de prejudicar o FC Porto e, por isso mesmo, não permitiu aos jogadores do Belenenses que jogassem duro, o que resultou em quatro cartões ainda na primeira parte - três amarelos e um vermelho directo. Um record na presente temporada.

Dentro das várias novidades na equipa destaque para o jovem Inácio. O canhoto da equipa B mostrou que pode ser um jogador a ter em conta no futuro e o melhor que lhe posso desejar é que não tenha a mesma sorte de Quiño ou Víctor García que também mostraram valor mas nunca mereceram continuidade na aposta. Depoitre parece apostado em confirmar que nunca devia ter apanhado o avião para Portugal; João Carlos Teixeira - ou só João como decidiu estampar na camisola - jogou apenas 15 minutos e por pouco ia sendo o melhor em campo, o que levanta ainda mais as dúvidas em relação à pouca utilização, nula até hoje, que o treinador lhe dá; e Brahimi mostrou que pode/tem de ser uma alternativa válida, seja no lugar de Jota, Otávio ou Corona. Uma palavra também para Evandro que se exibiu a bom nível.

Valeu pelo descanso dado aos habituais titulares que no próximo Sábado têm o futuro do técnico (no pressure) na baliza que o Braga vai defender no Dragão. No meio disto tudo, mais um 0-0. Parece mesmo que Nuno está apostado em fazer História, mas pelos motivos errados.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Faça-se, então, História


Segundo o jornal O Jogo, para que imagens como estas voltem a ser uma realidade para os portistas, Nuno terá de fazer História uma vez que nunca o FC Porto foi campeão com apenas 22 pontos nesta altura do campeonato.

É difícil neste momento dar um voto de confiança à direcção e ao treinador, mas por ser difícil é que o estou a fazer. Desde o início da temporada que a SAD tem tomado decisões de extrema dificuldade, sendo a mais visível de todas a troca de Antero Henrique por Luís Gonçalves - um homem com fortes ligações à formação e ao scouting. Recorde-se ainda que o novo homem forte do futebol não teve qualquer influência na construção deste plantel, sendo que o seu trabalho começará a ser posto à prova no mercado de Janeiro. E esse trabalho não será fácil. O plantel tem de ser reestruturado tendo em vista o modelo de jogo adoptado pelo treinador e com opções credíveis para alguns sectores mais carenciados. Se para isso tiver de se limpar alguns dos pesos mortos do grupo, melhor ainda.

Estou longe de concordar com tudo o que a administração fez. Tenha sido a pedido de Nuno ou não, não se pode imputar ao treinador, pelo menos de forma exclusiva, a contratação de Depoitre quando há jogadores de igual ou superior valia emprestados. O será que Suk, Aboubakar, Ghilas ou até Gonçalo fariam pior que o belga? Assim como não se pode apontar o dedo unicamente à SAD pela não venda de Herrera. Para muitos, grupo onde me incluo, recusar 30 milhões de Euros por um jogador com tantas lacunas é de bradar aos céus, mas se o mexicano ficou é porque o treinador achou que era importante para o grupo.

Entretanto os resultados não têm sido os melhores e tudo é posto em causa, mas há uma coisa que ninguém pode negar apesar de todos este equívocos: o onze base é bom e, apesar da inexperiência de grande parte dos jogadores, tem atitude perante as adversidades. Esta equipa merece ser apoiada porque pelo menos deixa tudo em campo e merecia ter um banco melhor para a ajudar nas horas mais complicadas. Além disso, nota-se que a postura de quem manda no clube tem vindo a mudar desde a entrada de Luís Gonçalves. Não sei se por influência directa do novo administrador ou por pressão dos adeptos, mas tem-se notado uma crescente vontade de fazer mais e melhor pelo FC Porto.

Agora é tempo de assumir os erros, aguentar o barco até dia 31 de Dezembro e começar a corrigi-los logo na primeira semana do mercado de Inverno. Se entretanto Nuno não demonstrar que merece o lugar que ocupa não faltam por aí bons treinadores desempregados, mas até lá só nos resta fazer das tripas coração e apoiar a equipa. Se não for pelo treinador, que seja pelos jogadores. Se não for pelos jogadores, que seja pelo emblema que carregam ao peito.